Batalhas épicas como em Vingadores: Guerra Infinita (2018) ou os monstros gigantes de Kong: Ilha Da Caveira (2017) realmente impressionam por conta da sua beleza e perfeição. Mas foram longos anos de evolução dos efeitos especiais no cinema.
Para que toda essa magia das grandes telas chegasse ao nível que temos atualmente, muitos especialistas investiram em tecnologias exclusivas para a Sétima Arte. Assim, como muitos diretores passaram anos aperfeiçoando técnicas especiais e se desenvolvendo criativamente.
São mais de 120 anos de avanços tecnológicos que colaboraram para as obras artísticas que temos hoje. Desde as primeiras exibições feitas pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, o cinema se modernizou com a intenção de promover uma experiência agradável para o público. Então segue a gente nessa jornada sobre os efeitos visuais no cinema!
Os efeitos especiais fazem parte do cinema desde sua invenção. Ao captar a sequência de fotos de um cavalo correndo, o filme Horse (1878) já utilizou uma técnica para dar movimento às imagens. E a partir daquele momento foi a criatividade dos diretores que ampliou as possibilidades de produzir novos conteúdos.
No fim do século XIX, o público se surpreendia com a magia da imagem em movimento oferecida pelo cinema. Há relatos de pessoas saindo correndo da sala quando os irmãos Lumière exibiram pela primeira vez a Chegada De Um Trem na Estação (1895), considerado o primeiro filme feito pelo homem.
No mesmo ano, The Executation of Mary Stuart entrou para história. Dirigido por Alfred Clark e com produção de Thomas Edison, a cena de 18 segundos retrata a decapitação da rainha Maria da Escócia. O truque simples foi feito com ajuda de edição, pois antes de o carrasco finalizar seu golpe, a filmagem foi interrompida e a atriz substituída por um boneco.
O que pode ser considerado algo malfeito nos dias de hoje, para época foi algo totalmente inovador ao desafiar a realidade. A curtíssima cena também foi inspiradora para diversos diretores.
Partindo do mesmo princípio de truques de câmeras e ajustes de edição, Viagem à Lua (1902) é considerado um dos marcos dos efeitos especiais. Com 14 minutos, a produção do francês George Méliès acompanha cinco astrônomos que vão à lua e acabam sequestrados por estranhas criaturas.
A experiência como ilusionista de Méliès – e sua criatividade – foram importantes para desenvolver as sequências. Ele deu início a conceitos que se tornaram comuns. Por exemplo, o uso de miniaturas, sobreposição de imagens, stop motion e entre outros elementos práticos.
Metropolis (1927) é outro filme citado como um marco na evolução dos efeitos especiais. O alemão Fritz Lang utilizou de técnicas diferentes para recriar um mundo distópico, como maquetes detalhadas para reproduzir os cenários de uma cidade futurista.
Foi nessa produção que surgiu o inovador efeito Shüfftan. Utilizavam-se espelhos em posições estratégicas para conseguir ter planos em que os atores reais fossem “inseridos” no mesmo quadro que as miniaturas cenográficas. Tal truque foi adotado por inúmeros filmes ao longo dos anos 30 e 40.
Determinadas técnicas utilizadas por Méliès foram aperfeiçoadas com o avançar do tempo, como é o caso do stop motion. The Lost World (1925) e King Kong (1933) de Will O’Brien são ótimos exemplos desse tipo de efeito. Usando miniaturas de até 45 centímetros, as câmeras fotografavam cada pequena alteração dos personagens.
Outra técnica que ganhou espaço nos anos 30 foi o matte painting. Os cenários eram recriados por meio de grandes quadros ou pinturas em vidro e inseridos atrás dos objetos filmados em primeiro plano durante a montagem. Uma solução para criar ambientes sem a necessidade de grandes estruturas, como em O Mágico de Oz (1939).
Nos anos 40 e 50, as produções coloridas começaram a se popularizar e contribuíram para a criação de mais um efeito visual: o Blue Screen. Por conter três tiras, os filmes da Technicolor permitiam que as cenas fossem rodadas em um fundo azul, recortadas em uma impressora digital e combinadas com outras imagens na edição final.
Durante os anos 60 e 70, os diretores recorriam aos efeitos práticos na maioria dos casos. Assim como dispositivos mecânicos que pudessem reproduzir o que era pensado pelos roteiristas. E os filmes de ficção científica usaram e abusaram desses recursos.
2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) e Star Wars: Uma Nova Esperança (1977) criaram as cenas no espaço utilizando maquetes e miniaturas. Mais tarde, elas eram finalizadas com o rotoscópio, que permitia acrescentar novos efeitos visuais à cena. Foi dessa maneira que os sabres de luz ganharam cores.
Nas décadas seguintes, diretores como Stanley Kubrick, George Lucas, Steven Spielberg e Ridley Scott se tornaram nomes de referência em produções com grandes efeitos especiais. Seus filmes se destacavam não apenas por roteiros bem escritos, mas por apresentarem inovações que conseguiam “enganar” o público de formas bem competentes.
Um dos maiores saltos em relação aos efeitos visuais aconteceu nos anos 90. Os efeitos 3D gerados por computador conquistaram espaço nas produções hollywoodianas. Jurassic Park (1993) foi apenas o começo de uma revolução, afinal poucos poderiam imaginar ver dinossauros tão realísticos nas telonas.
A tecnologia passou a ser utilizada recorrentemente em conjunto com o uso do chroma key, um grande aliado para a construção de cenários – e substituto do matte painting. Com esse recurso, basta um fundo verde ou azul em cena, e todo o resto pode ser criado digitalmente. E os resultados são extremamente realistas e impressionantes.
Na mesma década, a modelagem 3D foi uma peça importante para desenvolver filmes de animações. Sem dúvida, o mais famoso deles é Toy Story (1995), a produção da Pixar Animation Studios que deu vida a brinquedos em uma história encantadora.
Do fim dos anos 90 e o começo dos anos 2000, as técnicas de efeitos visuais foram acompanhando a evolução tecnológica. Com computadores mais poderosos era possível criar imagens mais realísticas. E muitos diretores tiram proveito dos recursos.
Provavelmente, a trilogia O Senhor Dos Anéis (2001-2003) do neozelandês Peter Jackson não seria uma jornada tão épica sem os recursos que foram utilizados. Exércitos gigantescos foram criados digitalmente e cenários reais eram finalizados com o auxílio de CGI’s. E sem a técnica de captura de movimento, não existiria um personagem tão marcante como o Gollum.
Apesar de toda evolução dos efeitos especiais no cinema, às vezes eles não eram suficientes para alguns diretores. Por exemplo, o americano James Cameron passou 10 anos estudando meios e processos que atendessem as suas expectativas para filmar o elogiado Avatar (2009).
Os anos de estudos resultou em uma produção que revolucionou os efeitos visuais. Seja por criar cenários digitais deslumbrantes, seja pela perfeita forma da captura das expressões dos atores para que fossem reproduzidas por suas “versões digitais”. Esta última técnica foi além do cinema e hoje é utilizada na produção de diversos jogos dos consoles atuais.
Mesmo após o sucesso de Avatar, a evolução dos efeitos especiais no cinema nunca parou. Basta lembrar do realismo dos primatas apresentados em O Planeta Dos Macacos: A Guerra (2017). As tecnologias continuam evoluindo, os diretores continuam se empenhando e presenteando o público com efeitos belíssimos.
Tudo isso é mais um elemento que ajuda a perpetuar a magia do cinema e fazer as pessoas continuarem apaixonadas por esse meio de entretenimento.
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