Existem momentos na vida em que a indecisão sobre o que fazer na carreira torna-se inevitável. Confúcio, um grande sábio do passado, já dizia “Escolha um trabalho que você ame e não terá de trabalhar um único dia de sua vida”.
Para você, que curte a cultura pop, saiba que atuar no mercado de comunicação visual é uma boa saída, principalmente se prefere algo que o desafie o tempo todo e possibilite criar coisas novas. O ramo de desenho em quadrinhos e animação, por exemplo, vive uma grande expansão no Brasil. Quer entender um pouco mais sobre isso? Então, dê uma olhada nas informações deste conteúdo!
Como era e como está o mercado de HQs no Brasil?
A primeira HQ brasileira foi produzida em 1869, por Angelo Agostini, que trabalhou na Revista Vida Fluminense e, depois, fundou a Revista Illustrada. Naquela época, essa área ainda era algo a ser explorado e tudo era uma grande novidade. Com o passar dos anos, surgiram outros cartunistas, como Ziraldo e Maurício de Souza, com os seus personagens inesquecíveis.
A influência da cultura norte-americana e também da japonesa contribuiu para a expansão do mercado de HQs no nosso país. Atualmente, há uma diversidade muito maior de publicações e isso se deve, basicamente, às leis de incentivo e à internet, segundo Marcelo Quintanilha.
Além disso, muitos desenhistas brasileiros se tornaram famosos no exterior, trabalhando para grandes empresas, como DC e Marvel. É o caso de Renato Guedes, de Adriana Melo e de Mike Deodato Jr.
Como a tecnologia tem transformado o setor?
Por longas décadas, a animação foi um processo bastante trabalhoso, já que os desenhos eram feitos no papel, frame por frame. Isso não só significava muito tempo de produção, mas também a necessidade de muitos animadores.
À medida que os processos tecnológicos foram incorporados, muitas partes da produção se tornaram mais fáceis de serem executadas, assim como passou a haver mais possibilidades. Nesse ponto, podemos dividir em duas partes a forma como a tecnologia transformou o setor: animações 2D e 3D.
Animação 2D
Esse foi um dos primeiros upgrades da animação básica. A animação 2D manteve algumas características da tradicional, como a produção de quadros em sequências, porém, a sua execução era muito mais rápida.
Ela conseguiu mesclar a ideia do planejamento com o processo de produção. Inclusive, abriu espaço para que surgisse o que chamamos de rigging, isto é, a possibilidade de trabalhar separadamente partes de uma mesma sequência.
Animação 3D
Foi um marco para o que significava animação, principalmente, na década de 1990. Para quem não sabe, um dos primeiros filmes a ser completamente animado em 3D foi Toy Story, produzido pela novata na época: Pixar.
O 3D trouxe uma nova forma de criar. A partir de então, para ser um animador, você não precisava necessariamente ser uma pessoa que desenhava bem. Personagens, objetos, cenários — tudo poderia ser gerado no computador por meio de cálculos matemáticos.
Essa inovação trouxe muitas possibilidades nunca antes imaginadas, não só pela sensação de profundidade de uma obra dessas, mas também pela amplitude de detalhes — movimentos de câmera, iluminação, texturas etc.
Quadrinhos
Quando o assunto envolve quadrinhos, então, a possibilidade de utilizar mesas digitalizadoras, computadores e softwares específicos para o desenho e para a coloração tornou o trabalho muito mais prático. Além disso, o e-mail virou o ponto alto da comunicação entre o desenhista e a empresa. Não só para que ele envie os trabalhos em segundos, mas também para receber pedidos de alterações.
Quais são as possibilidades para o profissional de HQs?
Sabendo que essa é uma área em expansão, com certeza, bateu a curiosidade quanto às oportunidades para os profissionais de HQs e animação, não é verdade?
É importante que os interessados na área optem por um curso de computação gráfica para ter noções exatas de como começar no negócio. O designer gráfico torna-se capaz de criar soluções inteligentes por meio das várias ferramentas disponíveis no mercado ilustrativo.
Normalmente, o quadrinista executa as funções de criar, desenhar e colorir. Porém, existem editoras que contam com uma equipe de profissionais para desenvolver uma história em quadrinhos. Essa equipe é composta de:
- roteirista;
- colorista;
- desenhista;
- editor;
- letrista;
- arte-finalista.
É possível atuar em agências de propaganda, em órgãos governamentais, em estúdios nacionais ou internacionais, em institutos educacionais e em editoriais.
Por que os designers e ilustradores são essenciais para o planejamento e para a produção?
Vimos que, para dar vida a uma animação, são necessários muitos profissionais. Em boa parte, eles parecem não ter relação nenhuma, como roteiristas e animadores. No entanto, a complexidade desse tipo de obra mostra o quanto o trabalho conjunto se faz necessário para trazer para a realidade.
Imagine Frozen, ou mesmo, Homem Aranha no Aranhaverso. Qual seria o resultado se não houvesse a junção de bons escritores que ajudaram a mostrar qual é o caminho e de animadores para tirar essas ideias do papel? Fica evidente a importância de ambos para a criação e para o desenvolvimento de mundos inimagináveis, personagens etc.
Mesmo na parte do planejamento, enquanto as ideias não estão bem claras, os ilustradores e os designers são os responsáveis por mostrar se aquela premissa funciona. Por exemplo, se um roteirista cria um soldado que utiliza um tapa-olho e sempre está com uma expressão dura, será o ilustrador o responsável por desenvolver o primeiro protótipo dessa ideia, auxiliando para que o roteirista avalie se isso realmente funciona e se é essa a imagem certa para o seu personagem.
O que é necessário para ingressar no mercado?
Primeiramente, é importante investir em capacitação técnica — um processo contínuo de aprendizado para se modernizar cada vez mais e adaptar-se às novas tendências da ilustração e da animação.
Boa parte dos quadrinistas começa a disponibilizar os seus trabalhos na internet para criar uma fama e, depois, conseguir render isso em dinheiro. O financiamento coletivo é uma alternativa que é muito utilizada no Brasil de uns anos para cá.
É fundamental você formar um portfólio com os seus trabalhos e divulgá-lo nas mídias sociais: isso pode conquistar clientes e até oportunidades mais rentáveis. Além disso, participar de feiras e eventos geeks ajuda bastante a ter contato com os profissionais da área e a pegar algumas dicas, pois uma boa rede de contatos faz toda a diferença, não é mesmo?
Ademais, lembre-se de sempre registrar os seus trabalhos na Biblioteca Nacional para evitar qualquer tipo de problema com direitos autorais.
Para quem sonha em usar as suas habilidades com animação, é indispensável o domínio de alguns softwares e ter, no currículo e no quadro de competências, boas noções de artes visuais, cinema, fotografia etc.
Esse universo de desenvolvimento de quadrinhos e animação é algo muito promissor e qualquer pessoa que resolver investir nessas áreas tomará uma decisão bem interessante na carreira — desde que tenha instrução e as habilidades necessárias.
Gostou dessas informações sobre o universo do desenho em quadrinhos e animação? Além de ser possível criar ilustrações, na comunicação visual, também é viável criar jogos. Já pensou em você mostrando para a sua família que trabalhar com isso é coisa séria? Aproveite a visita e confira os nossos cursos para se tornar um artista digital completo!