Atualmente, é praticamente impossível assistir a um filme ou seriado que não possuem efeitos visuais ou efeitos especiais em sua produção. Dessa forma, não é incomum escutar pessoas dizendo: eu adorei os efeitos visuais!
Mas será que quem diz isso realmente sabe o que são os efeitos visuais? Sabe qual é a diferença entre os efeitos visuais e especiais? E, você, acha que existe diferença?
Saiba que efeitos visuais e efeitos especiais não são a mesma coisa. Se você quer conhecer as diferenças entre esses efeitos, você está no lugar certo. Neste post, explicamos o que precisa saber sobre essas técnicas cinematográficas. Boa leitura!
O que são efeitos visuais?
Os efeitos visuais surgiram como uma parte primordial do cinema moderno. Você dificilmente vai assistir a filmes sem eles!
De forma resumida, os efeitos visuais se caracterizam em técnicas para criar imagens em fundo verde. Ou seja, elaborar imagens por meio do computador (CGI) ou, até mesmo, renderização e animação 3D, com o objetivo de inserir novos personagens ou elementos às cenas
O responsável por essa técnica — o supervisor de efeitos visuais — faz decisões criativas e trabalha após as gravações do filme. Ele também é responsável por calcular e gerenciar os custos dos trabalhos relacionados aos efeitos visuais, para que não ultrapassem o orçamento da produção.
Existem três principais maneiras de se classificar os efeitos de um filme ou série: efeitos físicos ou mecânicos, sonoros e visuais.
Os efeitos mecânicos são elaborados durantes as filmagens, por meio de recursos práticos já conhecidos, como pirotecnia, adereços especiais, chuva artificial etc. Já os efeitos sonoros são feitos em uma biblioteca de sons e por meio de aparelhos de mixagem. Por fim, os efeitos visuais são feitos com equipamentos óticos somados à computação gráfica.
Os efeitos físicos e sonoros foram utilizados durante os primeiros 70 anos do cinema comercial. No entanto, foi na década de 70 que o público conheceu o potencial dos efeitos visuais feitos pelo computador, em filmes como “Westworld” (de 1973) e “Star Wars” (de 1977).
Já a década de 90 e o início dos anos 2000 foram marcados pelo efeito 3D, que foi utilizado nas famosas animações da Pixar e nas novas produções da saga Star Wars.
O que são efeitos especiais?
Os efeitos especiais podem ser divididos em duas categorias: ópticos e mecânicos. Os efeitos especiais ópticos utilizam a manipulação da câmera e da iluminação para provocar modificações na cena.
Para colocar em prática todos esses efeitos, é necessário trabalhar com lentes da câmera, vários tipos de luzes e movimentos.
O encarregado de supervisionar os efeitos especiais é o principal responsável por fazer as decisões criativas. Além disso, ele trabalha juntamente ao diretor no set de filmagem, para que as cenas expressem o resultado ideal durante as gravações.
Os efeitos especiais mecânicos envolvem o trabalho também durante a gravação. São usadas para manipular condições climáticas (sol forte, nevoeiro, ventanias etc), por exemplo.
Quais são os principais efeitos especiais?
Com o constante avanço tecnológico, o mercado de efeitos especiais está repleto de novas tecnologias. No post de hoje, vamos falar sobre os principais recursos utilizados.
Efeito Chroma Key
O efeito Chroma Key é muito famoso e utilizado em filmes, séries e programas de televisão. Quem aqui se lembra dos cenários utilizados na MTV?
Por meio do fundo verde, é possível criar diversos tipos de cenários com a ajuda da computação gráfica.
Efeito Stop Motion
Por meio da utilização de quadros, animações, fotos estáticas e uma sequência lógica, é possível criar o efeito conhecido como Stop Motion.
Esse tipo de efeito especial já é considerado ultrapassado, sendo mais utilizado no cinema em curtas-metragens e animações.
Efeito de pontos de captura
Para garantir que a movimentação de personagens animados seja realista e fluida, é necessário utilizar o efeito conhecido como pontos de captura.
É por meio desses pontos (pequenos sensores de movimentos) grudados no rosto e no corpo de atores e um fundo verde que o movimento é capturado. Dessa maneira, é possível criar qualquer tipo de personagem com expressões faciais e movimentos realistas.
Grandes sucessos do cinema utilizaram essa técnica, como Avatar e O Hobbit: A Desolação de Smaug.
Efeito Bullet Time
O efeito Bullet Time entrou em cena no clássico Matrix, por meio da icônica cena de tiros em câmera lenta e 360 graus, presente no primeiro filme da trilogia no ano de 1999.
A cena que impressionou na época, na verdade, é feita de uma forma bem simples: diversas câmeras programadas para disparar uma sequência de fotos e um fundo Chroma Key.
O fundo verde é utilizado para dar o retoque final nas movimentações da cena.
Quais filmes e séries utilizaram efeitos visuais e efeitos especiais?
Mad Max: Estrada da Fúria
Um exemplo bastante claro de utilização de efeitos especiais é do filme Mad Max: Estrada da Fúria. O filme também conta com efeitos visuais, mas as cenas com carros capotando, por exemplo, são provenientes de efeitos especiais, pois, na gravação, foram utilizadas várias rampas para construir a cena.
Game of Thrones
Sobre os efeitos visuais, também podemos citar alguns exemplos. Em uma famosa cena da série Game of Thrones, Daenerys, personagem da série, está sentada enquanto acaricia a cabeça de um dragão, que, na realidade, não passava de um bloco gigante. Ou seja, já que a imagem do dragão foi inserida após a filmagem, trata-se de um efeito visual
Harry Potter
A maioria dos filmes fazem uma ótima combinação de efeitos especiais e visuais. Um ótimo exemplo vem da sequência de filmes Harry Potter.
Na cena do primeiro filme da saga, Harry Potter e a Pedra Filosofal, os personagens Harry, Rony e Hermione precisam achar a chave correta da porta em meio a várias outras voando.
Harry decide usar a sua vassoura para voar atrás da chave. Para chegar a essa cena, foram utilizadas técnicas de efeitos especiais, já que vassouras e seres humanos não voam sozinhos.
As chaves voando, por outro lado, são fruto de técnicas de efeitos visuais, pois foram inseridas na cena após as gravações.
Forrest Gump: O Contador de Histórias
Vamos falar de mais um clássico dos cinemas, que conta com alguns efeitos especiais que podem passar despercebidos — como é o caso da cena onde uma pena cai exatamente aos pés do personagem Forrest.
A qualidade dos efeitos fez com que muitos pensassem que foi uma pena real, quando, na verdade, foi uma obra da computação gráfica. Outra cena interessante é feita ao encenar uma partida de tênis de mesa com bolas feitas pelo computador, adicionadas na pós-produção.
Jurassic Park
O filme de 1993, baseado na obra escrita por Michael Crichton, revolucionou em sua época de lançamento. A equipe que produziu conseguiu retratar animais nunca vistos pelos olhos humanos.
O segredo está na equipe especialista do diretor Steven Spielberg, que utilizou o efeito Stop Motion para criar cenas incríveis.
Grande parte dos animais do filme foram desenvolvidos por meia da técnica animatrônica, ou seja, uma mistura de eletrônica com robótica. Além disso, muitas cenas também contaram com o auxílio da computação gráfica para otimizar o resultado final.
Dessa forma, foi possível deixar os bonecos do tamanho de um dinossauro, além dos movimentos realistas, que garantiram uma interação inovadora para a década de 90.
Avatar
A obra dirigida por James Cameron é um ótimo exemplo do potencial dos efeitos visuais e especiais. Por isso, conquistou a maior arrecadação de bilheteria de todos os tempos, superando 2 bilhões de dólares.
Avatar trouxe novos parâmetros para o cinema quando o assunto é modelagem 3D, utilizando mais de 200 cortes de efeitos especiais, além de inovar na captura de movimento dos atores.
Criando um resultado nunca visto antes e extremamente realista, o filme garantiu a grande maioria das premiações técnicas no ano de 2010, no Oscar.
O Lobo de Wall Street
O sucesso O Lobo de Wall Street é repleto de belas paisagens, como a gigantesca mansão de Jordan Belfort e seu belíssimo casamento à beira-mar. Todos esses elementos devem ter custado uma fortuna para produção e locação, certo?
Errado! Grande parte dos cenários icônicos que aparecem no filme foram feitos por meio da computação gráfica, o que contribuiu para diminuir os custos das filmagens, em parte.
Até mesmo uma das cenas mais famosas do filme, onde um leão anda pelo escritório, recebeu edição: a cena real foi gravada com um domador e o leão sozinhos no escritório. Em seguida, na pós-produção, foram adicionadas as cenas gravadas com pessoas por meio da computação gráfica.
Capitão América: O Primeiro Vingador
Quando o assunto é efeitos especiais, não poderíamos deixar de falar de um dos filmes da Marvel Studios. Em Capitão América, foi necessária a ajuda da computação gráfica para deixar Chris Evans como o verdadeiro Steve Rogers. Todo o seu enorme físico e músculos foram transformados no corpo pequeno e fraco por meio de efeitos.
Inicialmente, o filme foi gravado utilizando um dublê de corpo, mas a dificuldade em reproduzir corretamente os movimentos originais do ator logo descartaram essa opção.
Por fim, os produtores utilizaram um jogo de câmeras dos quatro ângulos do ator, somado a computação gráfica, para entregar um resultado mais real. Além disso, Chris precisou atuar com as pernas dobradas, para parecer ainda mais baixinho em cenas em grupo.
Como podemos perceber, existe uma enorme diferença entre os efeitos visuais e efeitos especiais utilizados no cinema e na TV. Essas duas técnicas tornam a experiência de assistir a um filme ou série ainda mais intensa e divertida — além de permitir que, de fato, a Daenerys acaricie seu dragão ou, até mesmo, que Harry realmente voe atrás de uma chave com asas. Tudo isso graças aos avanços da computação gráfica!
Infelizmente, chegamos ao fim de mais um post recheado de informações sobre o mundo da animação e do cinema e dos seus incríveis efeitos especiais e visuais!
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